Deus tem modos infinitos para fazer as coisas, e entre elas, a de
responder a quem o invoca.
No modo “ouvir”, o que Deus fala percebe-se pelo sentido da
audição... Samuel pensou que era o sacerdote que lhe falava e eu também não me
arvoro à indagação: “Por que? Ou: Então não sabia que Deus já falara com
Moisés?
Antigamente Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras pelos
profetas e a mim falou-me da maneira como nestes últimos dias fala através de
Jesus (Hb 1:1)
E descobri que Jesus continua falando no modo eterno de
Deus, ou seja, de muitas maneiras. Mas sem fé exclusiva Nele ninguém o ouve,
senão a Satanás, que até mesmo de anjo de luz se transfigura para enganar os
tolos e supersticiosos religiosos. ( 2 Cor. 11:14)
Posso relatar duas experiências pessoais marcantes em minha nova
vida em Cristo, quanto a essa questão do “ouvir a voz de Deus”, ambas em um
único modo, acreditando eu que foi a maneira escolhida por Deus para falar
comigo.
A primeira ocorreu em 1965 quando, católico recém convertido a
Jesus, fui participar de um acampamento em Campinas com tema intitulado:
“Experiência de oração no Espírito Santo”. Na penúltima tarde desse encontro
que durou três dias, nos indicaram a leitura em Efésios 1:12 e 13, para
meditação solitária. Depois de ler, entendi que Cristo me falava do versículo
13: “Se creres em mim, selarei o teu coração com o E. Santo”, ao que
respondi pela fé: Creio! Pelo que, sob o selo de Cristo, passei a servi-Lo
na qualidade de evangelista. Esse “selado”
ganhou uma significação de ordem espiritual inigualável!
A segunda experiência, data de 1993, e a preparação para a sua
ocorrência pode ser considerada um episódio que adjetivaria como antinômico em
relação ao primeiro acima citado, pois por ele fui movido pelo primeiro amor,
onde tudo na vida espiritual é “cor de rosa” como se diz na gíria popular.
Neste segundo episódio eu estava na condição aflitiva do salmista, afirmando
que cordéis de morte me cercavam. Na aflição em que me deparava, parecia que
Deus me destituíra de toda autoridade conferida pelo selo do E. Santo. Queixei-me
então: “Meu Deus, é a quarta Frente Missionária, o quarto poço que abro e que
não posso dele tirar uma única gota de alegria: “A sua inauguração como igreja
de Cristo”.
Deus não me respondeu de pronto. E, quando o fez, também não me
respondeu com palavras inefáveis de sua Graça e dentro do campo de aplicação
que se poderia afirmar ser espiritual. Comecei a assinar colunas para o jornal
de distribuição diária “Correio do ABC” e já no primeiro ano, concediam-me espaço
e página igual ao cedido para o Ministro Delfim Neto e o inigualável
jurisconsulto, Dr. João da Costa Faria. Todas as
semanas o meu nome circulava por todo ABCDM e, depois, pelos jornais de bairro
de Mauá. Mas o meu incômodo não cessava, até que a voz de Deus emergiu de minha
mente inconsciente soprando-me as inefáveis palavras de consolação: “De tua pena
farei a minha boca e de teus livros o meu púlpito”, pelo que fez-me articulista
e romancista evangélicos .
Por isso não me acabrunho de ter até hoje dois únicos e
pequenos livros editados, mesmo assim com o concurso editorial do proprietário
do melhor tablóide que circula semanalmente na cidade de Ribeirão Pires, com o
qual colaborei regularmente, com coluna na segunda página.
Fazer de meus livros um púlpito, ouvi de Deus e creio que
assim continua acontecendo, ainda que no “aqui e agora” nunca os verei
publicados, pois estou perto de completar 78 anos.
Carlos Mendes
22 de dezembro de 2008.
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