sábado, 30 de março de 2013

Flagrantes da Vida

   Esperava a mulher sair do mercadinho, carro estacionado na rua calçada onde o mato crescia entre os paralelepípedos e encostado ao meio-fio. Passou a prestar atenção em um cão que cheirava cuidadosamente as moitas de capim, urinando em seguida sobre a que teria selecionado pelo olfato. Depois da urinada ele se voltava de costas para a moita e movimentava as pernas traseiras como se as quisesse encobrir com terra. Repetiu esse procedimento várias vezes e depois entrou por um vão entre as tábuas do portão da propriedade que certamente o abrigava.

   Passou a pensar nas muitas cercas construídas pelo mundo afora e mal notou a mulher abrir a porta do carro e entrar com o pacote da pequena compra que fizera.
   — Vamos ficar parados aqui? — perguntou-lhe.
   Ele pôs o carro em movimento, olhar ausente denotando o seu costumeiro envolvimento com pensamentos graves. Narrou a cena do cão para a mulher, que respondeu:
      Todo cachorro faz o mesmo.
   — O cão é irracional, mas no instinto ele tem o mesmo defeito do homem, pois é mais violento contra os da mesma espécie, quando se trata de proteger os seus domínios.
   — Tu queres me explicar o ponto?
   — No instinto, gente também faz o mesmo — respondeu ele para a mulher, que se preparou para ouvir uma longa exposição —. O homem toma para si tudo o que pode, esteja dentro ou fora dos seus domínios, mas no que lhe pertence por direito, ai daquele que intente nele executar os seus planos de conquistas.
   — E o cão que sai na rua também não vai desfazer as marcas alheias na frente de outros quintais?
   — É como te disse: Ele tem o mesmo defeito que existe no homem: Mas, chegando à frente do seu quintal um outro cão demarcando a moita que ele entende pertencer-lhe com exclusividade, que o estranho se prepare para uma luta encarniçada, se a diferença de tamanho e ferocidade não for muito grande! E como acontece com os cães, também entre os humanos. A vitória é sempre do mais forte ou poderoso. Este vai demarcando os territórios de quantos sejam mais fracos, ou menos poderosos do que ele.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Parábola



O Alecrim e o Girassol
                 
       “Cultivado assim para não ser como o primo”, repetiam os pais àqueles que apresentavam o filho, novo membro de um ramo da família dos Alecrim. Mas também faziam questão de esclarecer que nada tinham a ver com a família do mesmo nome, gente selvagem, brava e grosseira que vivia no mato.
Preparado desde criança para esse expletivo, o Alecrim Júnior crescera obrigado a cultivar maneirismos elegantes, arbítrios esnobes que compartilhavam a camaradagem dos insinceros.
Como estava na moda ter a pele lisa e alva como o marfim, desde menino os pais também o acostumaram a evitar exposições aos raios solares.
Na vizinhança, crescera com ele um rebento da família dos Girassóis e a este os pais ensinaram o antigo pendor familiar que lhes rendera o epíteto de “filhos da luz”. E dados a esse costume tornaram-se altos em relação aos membros de outras famílias que proliferavam no mesmo sítio.
Logo uma vizinhança neutra entre os costumes dos Alecrins e dos Girassóis entendeu que estes assim cresciam para que a mania dos “filhos das trevas” não projetasse sobre eles a sombra dos seus costumes. E houve os que passaram a imitá-los, mas também os que preferiram costumes opostos, tradicionais entre os alecrins.
Mas não era somente no corpo dos membros da família Girassol que se manifestava o bom aspecto produzido pelo sol, ao qual buscavam incessantemente voltando suas faces para receberem nelas os raios benditos de luz, calor e vida. O viço do corpo era mostra do que se passava nas suas almas, pois também as mantinham voltadas para outro sol bem mais esplendoroso que iluminava, aquecia e lhes transmitia vida para sempre no equinócio permanente do dia eterno.
Na noite prolongada do solstício de sombra eterna o Alecrim estiolou-se, feneceu, e o seu corpo ao virar pó que volta ao pó, misturou-se ao muco da noite eterna. Dessa união nasceu um novo e minúsculo pântano de areia movediça que acabou tragado pelo abismo em que repousar não pudera o par que lhe dera a morte.
Feneceu também o Girassol, que jamais abandonara a luz dos sóis que saúde lhe rendera ao corpo e à alma, e como aconteceu com o corpo do Alecrim, também o seu virou pó que volta ao pó. Mas no dia eterno, veio sobre ele um bom tornado que o tragou, elevando-o aos céus dos céus.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Parênese


O nó górdio
Carlos Mendes
  A pátria é a família amplificada? Perguntamos em nome de quem o afirmou e não para quem afirmou, pois já não pode dar resposta a esta questão.
  “Se o casal do nosso visinho enrica e pompeia” - como continua o discurso do Rui -, não nos amofine a sua ostentação,  pois nada têm além daquilo que também podemos possuir, se quisermos, respondamos com desprezo! É só lançar mão do que a pátria nós oferece. Mas aí é que está o busílis, pois a uns poucos a pátria oferece muito, enquanto muitos ficam com poucas oportunidades.
  Eis que acabo de escrever uma utopia. Um mostrengo que se mostra ao visinho da frente, que a tudo assiste nas relações entre o rico ufanoso e o pobre raivoso, fazendo-o tomar partido de um, senão condenar os dois pela visibilidade que lhe oferecem de um monstrengo, (cruzamento de monstrengo + monstro).(¹)
  “Donde vêm as guerras, donde os conflitos que há entre vós? Não é, porventura, disto: das vossas paixões que lutam nos vossos membros?”, indaga Tiago numa das sete epístolas chamadas católicas nas edições paulinas(2).
  Verdade é que os sentimentos nos escapam ao sereno controle comportamental quando algo afeta o nosso “amor próprio”, o que Tiago reduz aos termos negativos do verbete “paixão”. Mas paixão também se revela em amor, e acho que foi esta interpretação que o nosso Rui Barbosa adotou ao escrever “A Pátria”. Ele só foi infeliz quando afirmou: “não vos amofine a ventura de não compartirdes com o mesmo, pois o avultar da riqueza nacional não pode compor-se da miséria de todos”, quando podia ter escrito que o avultar da riqueza nacional não pode compor-se da “opulência de poucos”.
(¹) Monteiro Lobato, Fábulas e histórias diversas
(²) Tiago 4:1

Artigo e depoimento




Deus tem modos infinitos para fazer as coisas, e entre elas, a de responder a quem o invoca.  
No modo “ouvir”, o que Deus fala percebe-se pelo sentido da audição... Samuel pensou que era o sacerdote que lhe falava e eu também não me arvoro à indagação: “Por que? Ou: Então não sabia que Deus já falara com Moisés?   
Antigamente Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras pelos profetas e a mim falou-me da maneira como nestes últimos dias fala através de Jesus (Hb 1:1)
E descobri que Jesus continua falando no modo eterno de Deus, ou seja, de muitas maneiras. Mas sem fé exclusiva Nele ninguém o ouve, senão a Satanás, que até mesmo de anjo de luz se transfigura para enganar os tolos e supersticiosos religiosos. ( 2 Cor. 11:14)
Posso relatar duas experiências pessoais marcantes em minha nova vida em Cristo, quanto a essa questão do “ouvir a voz de Deus”, ambas em um único modo, acreditando eu que foi a maneira escolhida por Deus para falar comigo.
A primeira ocorreu em 1965 quando, católico recém convertido a Jesus, fui participar de um acampamento em Campinas com tema intitulado: “Experiência de oração no Espírito Santo”. Na penúltima tarde desse encontro que durou três dias, nos indicaram a leitura em Efésios 1:12 e 13, para meditação solitária. Depois de ler, entendi que Cristo me falava do versículo 13: “Se creres em mim, selarei o teu coração com o E. Santo”, ao que respondi pela fé: Creio! Pelo que, sob o selo de  Cristo, passei a servi-Lo na qualidade de evangelista. Esse “selado” ganhou uma significação de ordem espiritual inigualável!
A segunda experiência, data de 1993, e a preparação para a sua ocorrência pode ser considerada um episódio que adjetivaria como antinômico em relação ao primeiro acima citado, pois por ele fui movido pelo primeiro amor, onde tudo na vida espiritual é “cor de rosa” como se diz na gíria popular. Neste segundo episódio eu estava na condição aflitiva do salmista, afirmando que cordéis de morte me cercavam. Na aflição em que me deparava, parecia que Deus me destituíra de toda autoridade conferida pelo selo do E. Santo. Queixei-me então: “Meu Deus, é a quarta Frente Missionária, o quarto poço que abro e que não posso dele tirar uma única gota de alegria: “A sua inauguração como igreja de Cristo”.
 Deus não me respondeu de pronto. E, quando o fez, também não me respondeu com palavras inefáveis de sua Graça e dentro do campo de aplicação que se poderia afirmar ser espiritual. Comecei a assinar colunas para o jornal de distribuição diária “Correio do ABC” e já no primeiro ano, concediam-me espaço e página igual ao cedido para o Ministro Delfim Neto e o inigualável jurisconsulto, Dr. João da Costa Faria. Todas as semanas o meu nome circulava por todo ABCDM e, depois, pelos jornais de bairro de Mauá. Mas o meu incômodo não cessava, até que a voz de Deus emergiu de minha mente inconsciente soprando-me as inefáveis palavras de consolação: “De tua pena farei a minha boca e de teus livros o meu púlpito”, pelo que fez-me articulista e romancista evangélicos.
 Por isso não me acabrunho de ter até hoje dois únicos e pequenos livros editados, mesmo assim com o concurso editorial do proprietário do melhor tablóide que circula semanalmente na cidade de Ribeirão Pires, com o qual colaborei regularmente, com coluna na segunda página.
  Fazer de meus livros um  púlpito, ouvi de Deus e creio que assim continua acontecendo, ainda que no “aqui e agora” nunca os verei publicados, pois estou perto de completar 78 anos. 

                Carlos Mendes
                22 de dezembro de 2008.


terça-feira, 26 de março de 2013

Colaboração de:

Valfrido Medeiros, Psicanalista pantaneiro

Cybercrines: Nesta semana lemos pela intenet o descarado Lula dizendo que é chegada a hora de tomar o governo de São Paulo. Ele sabe, com certeza, das providências que aqui se toma contra o ataque dos hacker que o seu meio contrata para controlar as eleições eletrônicas!

Nesta semana lemos pela intenet o descarado Lula dizendo que é chegada a hora de tomar o governo de São Paulo. Ele sabe, com certeza, das providências que aqui se toma contra o ataque dos hacker que o seu meio contrata para controlar as eleições eletrônicas!
Estelme Vasconcelos

cybercrimes



Cuidado com o phishing!

Hoje em dia a gente ouve muito as pessoas falarem para tomarmos cuidado ao acessar sites “duvidosos” e apagar e-mails de estranhos logo que recebemos. Isso tem tudo a ver com o “phishing”, que é um meio de obter senhas de acesso a bancos e outros serviços, além de criar sites muito parecidos com os originais, às vezes mudando apenas um número ou letra no endereço principal do site.
Vamos a um exemplo:
Um internauta mais distraído recebe um e-mail dizendo que sua conta bancária deve ser atualizada e logo abaixo já fornece o link para o seu banco (por coincidência, é o mesmo banco onde ele possui uma conta).
Ao clicar nesse link, ele entra em uma página extremamente semelhante à página oficial do banco. Ao digitar o número da conta e senha, surge uma mensagem de erro dizendo para acessar o site mais tarde devido a problemas técnicos.
Pronto! A partir desse momento, os dados bancários desse internauta já foram enviados a pessoas inescrupulosas que já irão limpar tudo o que for possível de sua conta.

Fonte: http://www.infoescola.com/internet/phishing/


COMENTÁRIO DO BLOG “Logos News”:

Este crime é de tão grave efeito, que o atual governo do Estado de São Paulo em convênio com os EUA, criaram relações bilaterais para diversas áreas, entre as principais prioridades do Grupo de Trabalho até 2014 estão: a de fortalecer o Programa de Intercâmbio Cultural do Centro Paula Souza e a participação de policiais civis e militares em cursos de formação nos EUA nas áreas de segurança pública como combate ao tráfico de drogas, cybercrimes, combate à pirataria, à pedofilia, falsificação de moeda e cartões de crédito, combate ao crime organizado.

E. por acaso, entre os cybercrimes não se encontrarão aqueles cometidos pelas urnas eletrônicas?


E leia o conteúdo do artigo publicado hoje pelo Portal do GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

segunda-feira, 25 de março de 2013

Artigo parenético


Vícios, suas causas e terapias
                                                                       Carlos Mendes

   As neuroses já produziram vultosos lucros para muitos psicoterapeutas. Uma metodologia de tratamento das neuroses surgida na década de 60 mereceu a minha análise. Ela se difundira rapidamente na América do Norte e já encontrava muitos adeptos no Brasil. Só em direitos autorais pela publicação dos livros que escreveu, Norman Vincent Peale embolsou considerável fortuna.
   Talvez tenha sido a era de ouro para os ministros evangélicos que também se especializavam em psicoterapia, consistindo o método aplicado numa fusão entre técnicas psicológicas adotadas no tratamento das enfermidades funcionais, com os conceitos teológicos emanados de pesquisas sérias sobre as libertações espirituais por meio da fé, no poder do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
   O doutor e pastor Peale foi um dos precursores dessa metodologia a comprovar, por intermédio de resultados práticos, a sua grande competência no domínio da teologia e da psicanálise.  Mas, para alguns de seus discípulos, faltou essa competência e o método, sem os rigores da disciplina científica do dr. Peale, logo evidenciou que as idéias subjacentes das imbricações entre os conceitos específicos de cada uma dessas duas ciências, concorrentes para as suas finalidades, só em casos raros se apresentavam como disposições racionais. Na maioria das vezes a intervenção do pastor e psicanalista revelava imprecisão no reconhecimento do problema, gerando uma confusa identificação do tipo de assistência requerida, levando o pastor a oferecer à ovelha em crise espiritual uma orientação psicológica, enquanto o neurótico recebia do psicólogo um aconselhamento pastoral.
   Em ambos os casos, esses ministros e psicanalistas granjeavam a reputação de charlatães, arruinando o bom conceito que ministros evangélicos sérios granjeavam para o evangelho ou o que psicanalistas competentes conquistavam para a psicanálise..
   André Lalande, ao emprestar o seu talento crítico na definição do termo comportamento, só recentemente introduzido na linguagem filosófica para designar o objeto da “psicologia da reação”, partindo do significado que Claparède deu para conduta, assim se expressou: “Conduzir-se é governar-se, não se deixar levar pelos impulsos. Por outro lado, ‘inconduite’ é a palavra francesa que expressa com propriedade a ausência da capacidade de direção própria”.
   O fato de o indivíduo chegar à condição de alcoólatra ou toxicômano não pode ser chamado de uma conduta ou uma deliberação. Neste acontecimento nós temos o que Lalande chama de “inconduite”, e na maioria das vezes, e dentro de um processo natural, o quadro dessa desordem no comportamento humano só pode ser revertido gradualmente. Esse processo tem início quando o indivíduo dependente de drogas, num lampejo de força de vontade própria, se decide a procurar quem o possa ajudar, por caminho seguro, na conquista dos poderes do espírito, pois eles são necessários para o estabelecimento da capacidade de conduzir-se.

Este artigo sintetiza uma das palestra que o seu autor pronunciou no auditório do C.A.V – Centro de Auxílio à Vida. Posteriormente, foi publicado no jornal Correio do ABC, em 25/01/1995.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Depredação cultural




O casarão constituiu-se minha primeira visão valorizadora à cidade de Ribeirão Pires, onde fui residir em 1960 para assumir meu primeiro cargo importante na carreira de técnico petroquímico.
E tão profundo foi o impacto cultural que dele eu recebi, que cerca de trinta e oito anos depois coloquei-o como residência do doutor Santelo, personagem central do romance “Sociedade da boa forma”, que espero seja publicado ainda este ano, ou  no ano que vem, pois o brasileiro nestes últimos 12 anos está se ocupando muito pouco em atividades literárias. Com o título original: “Os Pregantes “, o romance foi registrado na Biblioteca Nacional sob número 356.267—Livro 657—Folha 426

Além de servir-me do casarão como palco principal do romance, dediquei-lhe, ainda, o Soneto acima.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Vocês vieram fazer isto aqui, ó corja!!!

LEIAM!
O petismo fazendo “das suas” em nossa Terra da Garoa, e gente boa... agora nem tanto!...

O meu amigo José Nivaldo Gomes Cordeiro enviou-me um link de matéria publicada hoje no Estadão. Leiam! É mais uma das miríades de sujeiras petistas. E esta foi plantada bem no coração de São Paulo, nesta nova era petista a governar nossa capital. Será que nem daqui conseguiremos expulsar esta corja?
Carlos Mendes.
Abram o citado link, e leiam

sábado, 16 de março de 2013

Artigo parenético


Excelência,

       Os homens de Holywood têm atitudes bem contraditórias. Certamente o senhor se lembrará da frase do personagem Bem Hur, filme do mesmo nome, e antes que me pergunte qual a frase, me permita dizer que ela foi pronunciada na cena onde o Messala,  temível e arrogante chefe do exército romano na Judéia, tenta convencer o Bem Hur a denunciar os seus compatriotas, ressentidos contra o domínio despótico de Roma. Ultrajado com a proposta, Bem Hur responde que Roma é um insulto perante Deus e que na sua queda ecoará um clamor jamais dantes ouvido.
Às vezes fico tão indignado quanto o Bem Hur, excelência, pois os Messalas de agora certamente agem sob inspiração superior. Veja, excelência, os homens de Holywood: representam com competência os seus desprezos pelas figuras dos cézares, mas agem pior do que eles na atualidade. E essa ostentosa jactância, excelência, me lembra um outro filme onde o personagem é O Cid, vivido pelo mesmo ator que representou o Bem Hur. O pai do Cid fora humilhado ante todos os súditos do  rei de Espanha ao receber  na face um açoite da pesada luva do campeão do rei, que também era o pai da donzela prometida em casamento ao El Cid. Buscando reparo perante o ofensor, este Cid recebe do futuro sogro resposta humilhante: “Vá embora, Rodrigo, pois ninguém o desprezará por não enfrentar o próprio campeão do rei”. Com  a espada já desembainhada El Cid lhe responde: “Pode um homem viver sem honra?”
Contam-se muitas histórias sobre os grandes heróis, que nem sempre o foram como querem as lendas fazer crer. Mas eu creio na veracidade da história contada pelos  homens de Holywood, sobre Jesus, excelência. Isto lhe parecerá outro paradoxo da parte deles?
Estou entre os que crêem que o poder para bem governar um povo tem tudo a ver com o que os árabes chamam de “Temor reverente a Deus”, referindo-se a Alá. Mas, quem honra a Deus também honra o seu próximo. E esta segunda exigência não é obedecida por nenhum dos dois povos, e agora se vê menosprezada ao extremo entre nos, brasileiros, por uma esmagadora maioria de gente esnobe a considerar infantilidade a crença no homem de Nazaré e sua investidura divinal como Salvador do homem, que a Bíblia revela ser  coroa da criação de Deus, gerado pelo próprio sopro de seu Criador transmitindo-lhe sua própria essência vital, seja, seu próprio Espírito soprado nas narinas da argamassa antes modelada com extremo amor.
Desculpe, excelência, se dirijo aos seus ilustres ouvidos palavras estranhas que vão além da política, ciência exigente em aplicações esforçadas para dominar-lhes os cânones constitutivos.

Carlos Mendes.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Aos cancioneiros evangélicos


























Faça um arranjo para "bossaNova", compasso binário ao estilo dolente da interpretação de João Gilberto.
Leve para sua igreja adorar a Deus com uma interpretação espiritual neste grande estilo de jazz brasileiro
que conquistou o mundo. Para conquistar almas para Cristo, óbvio!

NOTA: Os (:), que indica repetição da mesma linha melódica (óbviamente com nova letra), foram perdidos. Como interpretar: 1a. e 2a. Linha de cada pentagrama superior ao da estrofe; estrofe; 3a. e 4a. linha superior e a estrofe. repetindo o mesmo com os pentagramas abaixo. Dúvidas? Ligue para o autor: (11) 4825-6702.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Blog LogosNews recomenda: Acesse o link e leia


! "O verdadeiro caráter de Lula"

Uma dissecação precisa sobre caráter e personalidade do Lul


A CAMINHO DOS 99,9999995

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo “nunca visto nesse país” e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.
Lembro-me de que quando o Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação. Mas eu estava enganado; nosso operário presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coréia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coréia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo... (Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60 anos).
Portanto, a popularidade de Lula ainda “tem espaço” para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que o Lula possa, com suas habituais presunções e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno do seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...
Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.
Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200 milhões, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Estes, talvez, você terá, porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.
E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileira e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política  e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.
Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que você pedisse a algum dos seus in contáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida.
Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é – uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes – quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada. Mudada apela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes. E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse. Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País. Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos. Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nesta terra onde quase tudo está à venda?
Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar onde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em  que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria. Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes. Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: “Aqui todos são subornáveis”. Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver o Brasil decente antes de morrer.
Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo permear até os últimos níveis da administração. O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia** corruptiva. Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso. Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.
Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa. A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques? Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?
Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar. Você mentiu ao dizer que não sabia do mensalão; mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho; mentiu sobre os milhões que a Ong 13, e sua filha, recebeu sem prestar contas; mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros companheiros pegos em flagrante; mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las; mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.
Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos, que tanta falta fazem aos hospitais.
Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas. Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil leva décadas. Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia. Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse ao seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma.
Aliás, Lula, você nunca teve idéias, apenas ambições. Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado. Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso. Aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para o investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio; e vai por ai...Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa...
Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta. Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos. Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo? E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho; então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entre as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.
A imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas. O que houve entre o BNDES e as redes de televisão? O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos? Essa técnica de comprar e de perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: “O plata; o plomo”. Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.
Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem. Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar também a popularidade? É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, todos estes você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas. Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfaz-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar. Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro, e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.
É esse, em síntese, o retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, “l’argent n’est tout que dans lês siècles ou lês hommes no sont rien”. Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino...

**sangue envenenado.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Leitura que não se pode perder

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1233528

                                         De: Geraldo Duarte
                                         Advogado, administrador e dicionarista 



terça-feira, 5 de março de 2013

Artiguete

O Rabo da Jumenta


Março de 1971. Logo empossado chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública, atendi a uma comissão de moradores do bairro Bela Vista. À frente, o padre Alberto Oliveira. Depois dos cumprimentos, o religioso expressou o objetivo da visita. Próximo ao templo da Santa Madre Igreja, instalara-se a Gafieira Rabo da Jumenta, "antro do pecado e da perdição". Instalada em prédio abrigando, na frente, um bar, no centro, um salão de dança e, nos fundos, quartos para utilização horária pelos frequentadores. Funcionamento diário. Da boca da noite ao raiar do dia. Amplificador de som, com cornetas irradiadoras fixadas no alto de um poste, dirigindo som ensurdecedor aos quatro pontos cardeais e ouvidos dos paroquianos. Devido aos críticos e inflamados sermões do vigário, vieram as represálias. Nas madrugadas, os notívagos satisfaziam seus intestinos e bexigas nas portas da casa santa, afora ações solertes de intimidação e vandalismo. Em sequência, falou a coordenadora da Liga das Senhoras da Paróquia de N. S. de Sallete. Comparou o local a Sodoma e Gomorra. Sinalizador do fim dos tempos. Desencaminhador de jovens. Incentivador de vícios e de prostituição. Além de outras e mais outras acusações que se sucederam. O rosário de queixas continuou com o presidente da Associação dos Moradores denunciando os fumadores de maconha, tratados por "esquadrilha da fumaça". O salão de danças, rala-bucho ou bate-coxa. O conjunto de cubículos para trocas de interesses íntimos, "matadouro". "Embuchamento" de moças, coito de vagabundos e ponto de fuampas mereceram acerbadas e indignadas críticas do autoassumido líder comunitário. Com repetidos acenos de concordância e aprovação, os demais acompanhantes mantiveram-se silentes. Finalmente, o pároco fez-me a entrega de uma pasta, contendo memorial e abaixo-assinado, requerendo providências contra o forrobodó. À época, Fortaleza não possuía motéis, somente cabarés e rendez-vous. Garanti-lhes averiguações e providências. Dias depois, chegou à comunicação do delegado responsável ao gabinete: "Esta autoridade fechou o Rabo da Jumenta".

Geraldo Duarte - advogado, administrador e dicionarista 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Cronicando


Réquiem para um pardal

O dia amanhecera fulgurante como se o verão já houvesse chegado.
O velho acordou mais cedo e foi para o varandim saudar o sol forte e brilhante iluminando os pequenos montes arborizados que retinham as águas da grande depressão do terreno da represa que se abria na paisagem à sua frente. Espreguiçou-se festejando a boa disposição que voltava depois da fria primavera que chegava ao fim.
Chegara o tempo de desfrutar o conforto dos banhos e das massagens friccionadas pelos repuxos  que circulavam a água na piscina construída num outeiro quase ao nível do telhado da casa. Tirou das gavetas a sunga e a camisa de malha cavada e foi limpar e clorar a água. Antes de aspirar o fundo, peneirou a piscina e meteu toda a sujeira num saco plástico. Depois desceu as escadas e foi tomar o café. A passarada nos viveiros da casa vizinha começou a entoar trinados que lhe pareciam tristes. “Talvez seja o meu estado de espírito que esteja colocando tristeza onde não existe”, pensou o velho.
Preparou o café, a mesa com o pão, manteiga, queijo, frutas e tomou o desjejum.
Prestou atenção nos trinados sinfônicos das aves e concordou com a razão. Realmente eles tinham um tom de tristeza,  pensou tomando o último gole de café.

Levantou-se, foi pegar o saco com os detritos recolhidos e desceu a escadaria até a rua onde o depositou na lixeira.
Quando voltou a passarada cantava alegremente e ele então se lembrou do pardal que se afogara na piscina e que ele mantivera no saco enquanto tomava o café. Pusera-o em cima do muro que dividia o terreno com o local onde se encontravam os viveiros com a passarada bem cuidada que agora alegrava o restante da sua manhã ensolarada.  

Carlos Mendes

domingo, 3 de março de 2013

Artigo parenético


CONCEITOS, PRINCÍPIOS E CONTRADIÇÕES

Princípio não é só começo, mas também um bom ponto de partida para bolarmos coisas melhores a fazer.
Convivemos com pluralidade de objetos, onde se contam Deus, a família e a pátria, entre outros mais, e dentro de nós estão os objetivos. E tenho como certo que ser objetivo é saber casar bem as objetividades com as subjetividades.
Não é que eu queira ser moderno, como é costume definir as personalidades de nossos tempos tidas como rebeldes. A questão aqui é tentar comportar-me como pessoa prática, e isto no sentido de ser costumeiro, habitual e de praxe considerar tudo no mundo objetivo sob a ótica de minhas subjetividades.
Conheci um filósofo que concordou comigo, quando a essa inter-relação objetividade/subjetividade escreveu o seguinte, sob a ótica de certo tema teológico: "Todas as coisas existentes podem ser classificadas em dois grupos: O que está dentro do homem, e o que está fora dele. O que está dentro é o mundo subjetivo, e o que está fora, mundo objetivo. Naquele há apenas necessidades e poderes pessoais, sendo neste que nós encontramos a satisfação de todas as necessidades do mundo subjetivo. O segundo depende do primeiro para o seu progresso e este depende daquele para a satisfação das suas necessidades. A fé é o meio pelo qual estes dois mundos se ligam." [1]
Então onde entra a contradição? Eu diria que são duas as formas que ela assume: viver “no mundo da lua”, que é o sonhar e não agir pelos meios compatíveis da boa natureza criada por Deus; ou agir sem antes considerar as subjetivações  que emanam das ponderações e dos princípios que Ele passou à única criatura moral criada à sua imagem e semelhança, esse homem para quem o Criador organizou a Terra dos Homens, título que tomo emprestado do notável romance escrito por Saint-Exupéry.
Assim como não podemos, por nós mesmos, fazer o mundo melhor se melhores não nos tornarmos seguindo o padrão traçado pela Suma Perfeição, também não veremos um mundo melhor se não houver em nós o propósito de melhoria espiritual que atenda esse padrão. É triste pensar que há quem se conforme com as excelências já conquistadas a nível de ensinamentos meramente humanos.

Carlos Mendes



[1] Langston, Teologia Bíblica do Novo Testamento








sábado, 2 de março de 2013

Curiosidades



Um diálogo com o Gilmar Oliveira,
http://www.universodopetroleo.com.br/2011/02/rlam-primeira-refinaria-de-petroleo-do.html

"A RPBC (Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão, SP) foi a primeira grande refinaria da Petrobras, projetada pela empresa norte-americana Hydrocarbon Research, Inc. em 1952, com equipamentos fornecidos pelo consorcio francês Fives-Lille/Schneider & Cie.

Foi inaugurada pelo presidente da República João Café Filho, em 16 de Abril de 1955, sendo na ocasião responsável por 50% do abastecimento do Brasil." (Wikipédia)

Eu trabalhei nela desde 1953 a 1956, desde sua construção com Mr. Buras, engenheiro chefe da Hydrocarbon, e, depois de formado pelo Centro de Formação e Treinamento da Petrobrás, como Técnico em Destilação e Refino de Petróleo, fui da primeira turma de brasileiros especialistas nesta área a tocar a primeira grande refinaria de petróleo no Brasil. Valeram as iniciativas anteriores, embora, à época e em relação ao que ocorreu em 1952, foram, naturalmente, experiências inaugurais muito dependentes de técnicos estrangeiros.
Esta é uma grande história, que merece enfáticos encômios. Mas há registros de graves tragédias que ceifaram a vida de engenheiros e técnicos como eu fui. Em um dos meus primeiros turnos (16 às 24 hs.), ocorreu a primeira tragédia na Unidade de Óleo Crú, onde três colegas morreram devido à grave explosão. Eram um engenheiro e dois Operadores Técnicos, que vimos estorricados no chão de pedra britada da citada unidade. 
Carlos Mendes
Correspondências:  sensoriocritico@terra.com.br


http://egeneto.blogspot.com

2 de março de 2013 12:07

sexta-feira, 1 de março de 2013

Leia!


O Blog “LogosNews” recomenda a leitura da matéria “Cristãos de Verdade”, link abaixo:

A poesia de Mendes Carlos


SOB O OLHAR DO ESPÍRITO©

Quando me exalto e lembro que sou pó,
Volto à minha casca, como o caracol.
Vendo então, contrito, que não estou mais só,
Sigo a aurora de um novo arrebol

Pois ainda há tempo para novo intento
E sem contratempo que não haja jeito,
Ajeito o exemplo com o advento,
Que contemplo: Meu Salvador eleito,

Atraindo-me ao albergamento
Da Paz presente que me faz afeito
À Vida sem par, que experimento.

Então eu gozo esse bom efeito
Que expulsa agora meu abatimento
Pela contrição deste bom momento.

© Carlos Mendes


Provas invisíveis
(Soneto baseado na Epístola Aos Hebreus 11:1)

Numa noite, apareceu-me, um dia,
Sem mostrar-se ao senso de minha visão,
Aquele a quem a posse de um bem pedia,
E sem sentir-lhe o toque, estendeu-me a mão.

Se te perturbam palavras opostas,
Ou aparições sem aparência,
Dou-te as explicações nelas expostas,
Que te servirão como evidência.

Desprezando tudo e não crendo em nada,
Andava pelo mundo, como um jumento,
A minh’alma, que foi assim tocada.

E se esta fé for teu instrumento,
Silente soará a badalada
Estremecendo antigo fundamento.

Carlos Mendes.
(Baseado na fé robustecida por longos trinta e sete anos)