terça-feira, 23 de abril de 2013

Artiguetes


Ilha do Amor

 Geraldo Duarte*


O professor Dante Abrantes D’Almeida e Souza procurou-me. Desejava saber se eu possuía obras sobre a colonização das ribeiras do Acaraú e localidades adjacentes.

Disse-me descendente do capitão-mor Pero Coelho de Souza, seu octavô, cunhado de João de Barros, donatário da Capitania Hereditária da Paraíba, vindo ao Ceará, em 1.603, para fundar, na Cordilheira da Ibiapaba, a Nova Lusitânia.

Segundo pesquisara, a região, habitada por índios Tabajaras e Tapuios, desde 1594 era explorada pelo corsário francês Bombille que, das matas do pau de cores (pau-brasil), contrabandeava a madeira.
Exitoso na colonização da área, incluindo terras do hoje município de Camocim, estendeu o domínio ao acidente geográfico ora denominado Ilha do Amor, com seus 700 hectares.

O mestre, segundo informou-me, buscou documentos até no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal. Infelizmente, devido ao grande terremoto de 1755, em Lisboa, papéis importantes extraviaram-se na transferência do acervo do Castelo de São Jorge para o Mosteiro de São Bento. Possivelmente, até os dos fatos ocorridos no Ceará.

Emprestei-lhe livros de autoria do historiador e general do Exército Jarbas Cavalcante de Aragão sobre a Comarca de Sobral, o Sesquicentenário do Nascimento de Manuel Ferreira Cavalcanti e Terra e Gente da Ribeira do Acaraú, bem como Homens e Vultos de Sobral, obra do monsenhor Vicente Martins. Antigos e precisos documentários.

Existindo brasileiros na posse de ilhas, Abrantes, único herdeiro de Pero, vê-se no direito de usufruir a do Amor.

Logo complete a papelada, disse-me que requererá o domínio em Brasília.
                               
                                       *Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.



















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