SOB O OLHAR DO
ESPÍRITO©
Quando
me exalto e lembro que sou pó,
Volto
à minha casca, como o caracol.
Vendo
então, contrito, que não estou mais só,
Sigo
a aurora de um novo arrebol
Pois
ainda há tempo para novo intento
E
sem contratempo que não haja jeito,
Ajeito
o exemplo com o advento,
Que
contemplo: Meu Salvador eleito,
Atraindo-me
ao albergamento
Da
Paz presente que me faz afeito
À
Vida sem par, que experimento.
Então
eu gozo esse bom efeito
Que
expulsa agora meu abatimento
Pela
contrição deste bom momento.
© Carlos Mendes
Provas invisíveis
(Soneto
baseado na Epístola Aos Hebreus 11:1)
Numa noite, apareceu-me, um dia,
Sem mostrar-se ao senso de minha
visão,
Aquele a quem a posse de um bem
pedia,
E sem sentir-lhe o toque,
estendeu-me a mão.
Se te perturbam palavras
opostas,
Ou aparições sem aparência,
Dou-te as explicações nelas
expostas,
Que te servirão como evidência.
Desprezando tudo e não crendo em
nada,
Andava pelo mundo, como um
jumento,
A minh’alma, que foi assim
tocada.
E se esta fé for teu
instrumento,
Silente soará a badalada
Estremecendo antigo fundamento.
Carlos Mendes.
(Baseado
na fé robustecida por longos trinta e sete anos)
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