sexta-feira, 1 de março de 2013

A poesia de Mendes Carlos


SOB O OLHAR DO ESPÍRITO©

Quando me exalto e lembro que sou pó,
Volto à minha casca, como o caracol.
Vendo então, contrito, que não estou mais só,
Sigo a aurora de um novo arrebol

Pois ainda há tempo para novo intento
E sem contratempo que não haja jeito,
Ajeito o exemplo com o advento,
Que contemplo: Meu Salvador eleito,

Atraindo-me ao albergamento
Da Paz presente que me faz afeito
À Vida sem par, que experimento.

Então eu gozo esse bom efeito
Que expulsa agora meu abatimento
Pela contrição deste bom momento.

© Carlos Mendes


Provas invisíveis
(Soneto baseado na Epístola Aos Hebreus 11:1)

Numa noite, apareceu-me, um dia,
Sem mostrar-se ao senso de minha visão,
Aquele a quem a posse de um bem pedia,
E sem sentir-lhe o toque, estendeu-me a mão.

Se te perturbam palavras opostas,
Ou aparições sem aparência,
Dou-te as explicações nelas expostas,
Que te servirão como evidência.

Desprezando tudo e não crendo em nada,
Andava pelo mundo, como um jumento,
A minh’alma, que foi assim tocada.

E se esta fé for teu instrumento,
Silente soará a badalada
Estremecendo antigo fundamento.

Carlos Mendes.
(Baseado na fé robustecida por longos trinta e sete anos)

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