“Bacia do Macuco”
Categoria: Romance autobiográfico e memórias
Idealizado em setembro de 1998
Concluído em 06-06-2000
“Bacia do Macuco”
Categoria: Romance autobiográfico e memórias
Idealizado em setembro de 1998
Concluído em 06-06-2000
Dedicatória:
WILLIAN WOJCICHI
Pastor que pensou minhas
feridas abertas pela injustiça; ensinou-me a mansidão dos domésticos e
adestrou-me para apascentar os selvagens, lhe ofereço este livro.
Roteiro
de Leitura
Como todos conhecem ou sabem refletir
sobre a obviedade de um fato, quando ele é em si mesmo de fácil dedução, a
autoria de uma autobiografia pertence ao personagem central, pois foi sobre si
mesmo ou sobre fatos marcantes de sua vida que ele escreveu. Pela autobiografia
o autor se sujeita à observação e a crítica de seus leitores, pois há que
expor-lhes a natureza dos objetos pinçados no comportamento alheio, que o faz
abri a própria alma aos seus leitores.
Se o autor tem registros ordenados dos
acontecimentos narrados, sejam por datas, sejam por conexões lógicas com outros
eventos históricos notórios e paralelos, esse autor também tem condição de ser
o historiador de sua própria história, cabendo ao leitor o julgamento.
“Bacia do Macuco” é o título de uma
autobiografia romanesca. Ela é verossímil e os leitores que já a leram conhecem
tanto o seu contexto histórico, quanto as emoções que mais impressionaram o autor.
E, ao receberem dele as impressões que ao seu redor gravitam, se mantêm nessa
órbita como espectadores interessados em pinçar, no espelho da alma do autor,
os objetos que também o impressionaram, se agradados desse conjunto
gravitacional, onde fazem gravitar seus próprios interesses.
Estes
concebíveis reconhecidos metaforicamente como objetos gravitando ao redor do
pensamento do autor, ao se oferecerem as especulações dos leitores, podem ampliar
seus horizontes cognitivos, organizando formas psicológicas parecidas como um
divisor de águas entre o refletido exame da realidade holística de si mesmo. No
presente narrativo, que é um divisor de águas entre o refletido exame da
realidade holística de si mesmo no presente e forma pela qual se indaga sobre
um bem ou um mal formado pelo efeito do produzido no passado histórico, esta
uma herança com ou sem empenho construtivista do ser cognoscível em oposição ao
que, no ato de escrever, constituiu-se ou não o ideal no ser cognoscendo, o
autor, sujeito e objeto investigado na autobiografia, que pode ser redimido ou
julgado pelo que escreveu.
Há, no projeto autobiográfico, um momento de perplexidade
ante o que se apresenta como auto-reconhecimento da estrutura psicológica
cognoscível, contributiva ou não aos ideais que podem satisfazer o ideal de
novas formas do viver - formatadas no momento da produção literária -, uma “metáfora da passagem”, onde o autor
desejou então manifestar a nova forma psicológica surgida, por comparação ou
oposição à uma outra anterior que o situava perante um passado construído artificialmente no ato da
idealização: Como alguém renascido para o “bom” viver e que, talvez perplexo
ante a constatação de que era uma oposição ao que desejava ser, podia ser
outro, como personagem de sua própria história.
São assim os romancistas, pintores de realidades que aqui
não existem?
Mas o escritor também pode ter percebido posteriormente, que
se alto afirmara numa nova forma que não
passara de num estado latente e sem
progresso, estado este também incognoscível antes de ocorrerem as mudanças
implicadas na “boa” forma psicológica, subliminarmente encampada pela volição,
esta talvez irracionalmente ordenada e incapaz de produzir a noção do novo ser
no “aqui e agora” no momento produtivo em que escreveu a auto-biografia
romanesca.
Diante dos dramáticos apelos “como ser melhor?”, “como ser
feliz?”, achou-se talvez descobridor da fórmula que por tantas vezes já se
oferecera ao seu exame sobre “o que fazer para mudar”? A resposta para esta
indagação, em “Bacia do Macuco” está contida na metáfora da passagem, analogia
que a obra torna evidente sem necessidade de grandes exposições ou investigações.
Por ser uma história romanesca e verossímil ao mesmo tempo,
talvez o autor não se permitiu descrever com segurança os movimentos das almas
dos demais atores, mesmo porque isto lhe seria impossível pela falta de
confiança para lidar com os assuntos da psicogênese. Mas talvez não tenha
acontecido o mesmo quando a formulações de hipóteses sobre os fenômenos pertencentes
ao campo das humanidades, quando as personalidades a ele se ofereceram como
fragmentos históricos individualizados (atores) ou coletivos (elenco) do
romance autobiográfico. Nestes campos parece que ele agiu com segurança,
sentindo-se um livre pensador com razoável espírito investigativo.
Há eventos históricos com leituras significantes para o
deslindamento de algumas vicissitudes do autor e personagem central da
autobiografia “Bacia do Macuco”, antes e depois do que ele propõe com a
“metáfora da passagem” já mencionada neste roteiro de leitura.
Fora do texto e apenas por este roteiro, o leitor encontra
algumas menções datadas dos eventos presenciados pelo autor.
1. Eventos e datas
1.1. Casamento — 08-09-1955
1.2. Nascimento da
primeira filha — 18-12-1956
1.3. Nascimento do
segundo filho — 21-05-1961
1.4. Nascimento da
última filha — 19-11-1962
1.5. Metáfora da
Passagem — Ano 1975
2. Eventos e períodos, conforme
principais capítulos da obra:
2.1. “Embaixada
Vermelha” — 1957 a
1960
2.2. “As
Cremalheiras” — 1964
2.2.1. “O projeto empresarial” —1961 a 1965
2.2.1. “O projeto empresarial” —
2.2.2. “Agonia do Desemprego” — 1965 a 1975
2.3. “O
Ressurgimento” — 1975 a atual
Apresentação
Por: Carlos Mendes
A
Bacia do Macuco é um logradouro da cidade praiana de Santos. Na época em que o
autor enriqueceu-se com as experiências narradas na obra, esse logradouro
pertencia ao bairro do mesmo nome. Em 1968, por ocasião do abairramento da
cidade de Santos, que deu origem ao surgimento de novos bairros, a Bacia do
Macuco passou a ser um logradouro do novo bairro do Estuário.
Foi
somente na década de 50, que o famoso logradouro daquela época veio a ser
realmente descoberto pelo autor do romance. Antes ele só o havia conhecido pela
ostentosa fama de lugar que convinha evitar.
Mal
adentrado na juventude, a insipiente cultura e a precária existência do autor,
foram ali impregnadas com a audácia e o destemor que marcavam os padrões de
conduta de alguns homens considerados notáveis nas tradições orais que circulavam
de boca em boca, como tributo de admiração àquela maneira de ser dos homens
valentes forjados no temeroso cais do porto de Santos. Mas a impregnação se deu
na sua forma bruta. Só mais tarde e já na idade madura, saudosas recordações
interessaram reflexões sobre as memórias subjacentes àquela remota experiência,
cuja lembrança estava quase a apagar-se pelas brumas do tempo.
O
código de honra desses homens, quando confrontados com os padrões dos acordos
sociais estabelecidos e impostos pela alta sociedade, originava uma vaga de
paixões entre o despotismo de um lado, e a reação violenta do outro.
Havia,
portanto, protagonistas reais para serem levantados no projeto literário. Mas
todos eles já estavam mortos, e, para citá-los sem o uso de pseudônimos, cumpria
elaborar um extenso programa de pesquisas e entrevistas junto aos moradores já
idosos e aos familiares sobreviventes aos atores da autobiografia romanesca.
Este
projeto literário tem três protagonistas principais. O próprio autor não
poderia deixar de figurar como um deles, pois, além de memorialista, o projeto
também é autobiográfico, já que refere muitos fatos vividos pelo seu autor que,
na realidade, constrói memórias em torno de si mesmo para identificar-se no
tempo e no espaço com todos os acontecimentos. Esse enclave propiciou-lhe a
construção de parêneses[1]. Os
outros dois personagens são levantados como paradigmas, um do modo eterno de
uma nova vida, e o outro do modo temporal, cuja dobra entre o “aqui e agora” e
o eterno, fica como que suspenso na indeterminação.
Há,
contudo, muitos outros atores menores, que valorizaram este ou aquele episódio,
que não poderiam mesmo serem relegados
ao esquecimento, sob pena e a estrutura da auto-biografia romanesca desabar.
Com
os três principais personagens, o autor levantou parábolas que o ajudaram, e ao
leitor, à compreensão de um conteúdo espiritual que também é abordado no
romance. A primeira parábola é oferecida por uma experiência de passagem do
próprio autor.
Ao
se associarem, as parábolas conduzem o romance a um final alegórico, que é uma
subjetividade interessada em despertar o interesse do leitor sobre uma grave
questão transcendental na vida humana.
O
tema desta auto-biografia romanesca e memórias é, portanto, a vida. E como a
vida humana é uma edição única a cada vida, a narrativa aqui é diferente de
outras tantas quantas já lha exaltaram.
Bacia
do Macuco foi colocada nesta obra, como a terceira das cinco eras vividas pelo
personagem central e autor do romance. Ele procurou destacá-la como a era em
que o “neandertal” desta história se prepara para enfrentar os sérios
compromissos da vida adulta.
Mas
o leitor acabará descobrindo outras quatro eras e a significação de cada uma
delas na vida do autor do romance, que acredita não ter traçado em vão este
projeto.
[1]
Parênese (Gr. Paaineö, aconselhar,
recomendar, instar, exortar)
Você poder adquirir esta obra em brochura (capa acima), visto que a edição formato livro esgotou-se.
Em brochura você desembolsa apenas $15,00, mais despesas de correio, atualmente, única forma de remessa, pois nas distribuidoras os volumes estão esgotados.
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