terça-feira, 13 de maio de 2014

Hábito de beber de Lula se torna preocupação nacional
 Larry Rohter, New York Times
     Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu seu apreço por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor, um trago de cachaça, o potente aguardente do Brasil. Mas alguns de seus conterrâneos começaram a se perguntar se a predileção do presidente por bebidas fortes está afetando sua atuação no governo.
     Nos últimos meses, o governo de esquerda de Lula tem sido atacado por uma crise atrás da outra, variando de um escândalo de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais. O presidente tem se mantido distante das atenções e deixado seus assessores fazerem grande parte do trabalho pesado. Isto tem provocado especulação de que seu aparente não envolvimento e passividade poderiam estar de alguma forma ligados ao seu apreço pelo álcool. Mas aqueles que o apóiam negam os relatos de consumo excessivo de bebida.
    Apesar de líderes políticos e jornalistas estarem cada vez mais falando entre eles sobre o consumo de álcool de Lula, poucos estão dispostos a expressar seus receios publicamente. Uma exceção foi Leonel Brizola, o líder do Partido Democrático Trabalhista de esquerda, que foi companheiro de chapa de Lula na eleição de 1998, mas que agora teme que o presidente esteja ''destruindo os neurônios em seu cérebro''. ''Quando eu fui candidato a vice do Lula, ele bebia muito'', disse Brizola, atualmente um crítico do governo, em um recente discurso. ''Eu o alertava de que a bebida destilada é perigosa. Ele não me ouviu e, segundo dizem, continua bebendo.''
   Durante uma entrevista no Rio de Janeiro, em meados de abril, Brizola elaborou sobre as preocupações que expressou para Lula, mas que foi ignorado. ‘‘Eu lhe disse: 'Lula, eu sou seu amigo e camarada, e você precisa pegar essa coisa e controlá-la'‘‘, ele se recordou. ‘‘Não, não tem perigo, está sob controle’‘, lembrou Brizola, imitando a voz do presidente, deste ter respondido. ‘‘Ele resistiu, e continua resistindo’‘, continuou Brizola. ‘‘Mas ele tinha um problema. Se eu bebesse como ele, eu estaria frito.’‘
     Os porta-vozes de Lula se recusaram a discutir o hábito de beber do presidente, dizendo que não dariam uma resposta formal a acusações infundadas. Em uma breve mensagem por e-mail respondendo ao pedido de comentário, eles consideraram a especulação de que ele bebe em excesso como ‘‘uma mistura de preconceito, desinformação e má fé’‘.
     Lula, um ex-metalúrgico de 58 anos, provou ser um homem de apetites e impulsos fortes, o que contribui para seu apelo popular. Com uma mistura de simpatia e divertimento, os brasileiros assistiram seus esforços para não fumar em público, seus flertes em eventos públicos com belas atrizes e sua contínua batalha para controlar o peso, que disparou logo após ter assumido o governo em janeiro de 2003.
    Além de Brizola, os líderes políticos e a mídia parecem preferir lidar com o assunto de forma indireta. Sempre que possível, a imprensa brasileira publica fotos do presidente com olhos turvos e rosto corado, e constantemente faz referências tanto aos churrascos de fim de semana na residência presidencial, nos quais a bebida corre solta, e aos eventos de Estado nos quais Lula nunca é visto sem uma bebida na mão.
     ‘‘Dou um conselho para Lula’‘, escreveu o provocador colunista Diogo Mainardi em uma edição de março da ‘‘Veja’‘, a principal revista de notícias do país, desfiando uma lista de artigos contendo tais referências. ‘‘Pare de beber de público’‘, ele aconselhou, acrescentando que o presidente se tornou o ‘‘maior garoto -propaganda da indústria do álcool’‘ com seu consumo explícito.
     Uma semana depois, a mesma revista publicou uma carta de um leitor preocupado com o ‘‘alcoolismo de Lula’‘ e seus efeitos sobre a capacidade de governar do presidente. Apesar de alguns sites se queixarem há meses de ‘‘nosso presidente alcoólatra’‘, foi a primeira vez que imprensa nacional principal se referiu a Lula desta forma.
    Historicamente, os brasileiros têm motivo para preocupação diante de qualquer sinal de hábito de consumo excessivo de bebida por parte de seus presidentes. Jânio Quadros, eleito em 1960, era um notório consumidor de bebidas que disse certa vez: ‘‘Bebo porque é líquido’‘. Sua renúncia inesperada, após menos de um ano no governo, durante o que dizem ter sido uma maratona de bebedeira, iniciou um período de instabilidade política que levou a um golpe em 1964 e 20 anos de dura ditadura militar.
    Se Lula tem realmente ou não um problema com bebidas, a questão penetrou na consciência popular e se tornou motivo de piada. Quando o governo gastou US$ 56 milhões no início do ano para comprar um novo avião presidencial, por exemplo, o colunista Cláudio Humberto patrocinou um concurso para dar um nome ao avião. Um dos vencedores, lembrando que o avião do presidente americano se chama Força Aérea Um, sugeriu que o avião de Lula deveria ser designado ‘‘Pirassununga 51’‘, o nome da marca mais popular de cachaça.
    Outra sugestão foi ‘‘Movido a Álcool’‘, uma brincadeira com o plano do governo para encorajar o uso de etanol como combustível para carros. A especulação sobre os hábitos de beber do presidente foi alimentada por várias gafes que ele tem cometido em público. Como candidato, ele ofendeu os moradores de uma cidade considerada paraíso dos gays ao chamá-la de ‘‘um pólo exportador de 'veados'‘‘, e como presidente, seus deslizes em público continuaram e se tornaram parte do folclore político brasileiro.
    Em uma cerimônia realizada aqui em fevereiro para anunciar um grande novo investimento, por exemplo, Lula se referiu duas vezes ao presidente da General Motors, Richard Wagoner, como presidente da Mercedes-Benz. Em outubro, em um dia em homenagem aos idosos do país, Lula disse para eles: ‘‘Quando se aposentarem, por favor, não fiquem em casa atrapalhando a família. Tem que procurar alguma coisa para fazer’‘.
    No exterior, Lula também cometeu seus tropeços. Em uma visita ao Oriente Médio no ano passado, ele imitou o sotaque árabe falando português, com os erros de pronúncia e tudo, e em Windhoek, Namíbia, disse que a cidade parecia ser tão limpa que ‘‘nem parecia a África’‘.
    Os assessores e simpatizantes de Lula respondem que tais deslizes são apenas ocasionais, que são esperados de um homem que gosta de falar de improviso e que não têm nada a ver com seu consumo de álcool que, a propósito, descreveram como sendo moderado. Eles dizem que ele está sendo comparado ao padrão diferente -e injusto- de seus antecessores, porque ele é o primeiro presidente do Brasil vindo da classe trabalhadora e que cursou apenas até a sexta série.
    ‘‘Qualquer um que já tenha estado em recepções formais ou informais em Brasília testemunhou presidentes bebericando uma dose de uísque’‘, escreveu recentemente o colunista Ali Kamel no jornal ‘‘O Globo’‘, do Rio de Janeiro. ‘‘Mas sobre o fato nada leu a respeito dos outros presidentes, somente de Lula. Isso cheira a preconceito.’‘
     Lula nasceu em uma família pobre em um dos Estados mais pobres do país, e passou anos liderando sindicatos trabalhistas, um ambiente famoso por alto consumo de bebida. A imprensa brasileira já descreveu repetidas vezes o pai do presidente, Aristides, a quem ele mal conheceu e que morreu em 1978, como sendo um alcoólatra que abusava de seus filhos. São inúmeras as histórias de episódios de bebedeira envolvendo Lula. Após uma noite na cidade, quando foi membro do Congresso no final dos anos 80, Lula desceu do elevador no andar errado do prédio onde morava na época e tentou arrombar a porta de um apartamento que achou que era o seu, segundo políticos e jornalistas daqui, incluindo alguns que são ex-moradores do prédio.
    ‘‘Sob Lula, a caipirinha virou bebida nacional por decreto presidencial’‘, disse no mês passado o jornal ‘‘Folha de S. Paulo’‘, em um artigo sobre a ligação de Lula com o álcool e se referindo ao coquetel feito com aguardente.

Permitam um único comentário do leitor deste artigo, que abaixo deixa registrado o seu nome.

Fui igual à maioria das pessoas que não vêem restrição nos usos considerados normais. Hoje em dia, o consumo do álcool tem ainda menores restrições, tanto no uso restri (em casa), quanto mais largamente social. No meu tempo, os homens formavam a maior parcela dos consumidores de álcool, o que, atualmente pertence indistinto, quando se pensa em homem e mulher. Faz parte de um uso estendido para toda a sociedade que dele queira fazer parte, já atingindo inclusive permissões a adolescentes e até mesmo a crianças, a maior parte ainda não sob certas permissões paternas.

É, portanto, um “hábito de consumo” que se generaliza, em alguns casos excessivamente, preocupando até mesmo as famílias que sustentam esse cponsumo, seja exagerada ou moderadamente.

Ora, bebida alcoólica ainda não pertence, por exemplo, ao consumo dos lactentes sob regime de amamentação, parecendo-nos mesmo um absurdo a sua permissão à este nível de vida pueril.

Então, na qualidade de ex-consumidor de bebida alcoólica com alguns registros de elevada embriaguez, não posso dizer que durante esses citados registros fui uma pessoa a quem se pudesse entregar os cuidados, mesmo de pequena gravidade, pois certamente (com o perdão do termo que empregarei para dar mais realidade, ou ênfase, ao que eu entendo como “compromisso de responsabilidade com atos públicos”, extemporâneos e mesmo simples, pois certamente faria “besteira” com probabilidade de prejuízo.

E quanto a alguém investido da respo0nsabilide de um “Presidente da República”, ou se quiserem “Chefe de um Estado”? Um homem desse, obviamente não tem a possibilidade de estar em perfeito “estado de vigília”, isto é, acordado, durante vinte e quatro horas por dia, mas também não tem qualquer direito de estar nem mesmo um pouco de tempo sem capacidade total de lucidez de espírito para decidir, por exemplo, de que forma o szeu país deve reagir contra um ataque estranho aos interesses do seu país, equivalendo isto a dizer: “dos interesses dos cidadãos abrigados pelo formidável poder que está sob seu controle pessoal. O vice, é sempre, para o eleitor ajuizado, um risco a mais a ameaçá-lo.

Pessoalmente quero declarar, finalmente que eu jamais elegeria Lula depois de conhecer sua fraqueza para a bebida.

E isto é tremendamente razoável! Poque? Perguntem a um treinador olímpico se convocaria o maior atleta nacional depois de saber que ele, vez ou outra, deixa escapar uma medalha por causa de problema alcoólico!
 




































































































































































Sem comentários:

Enviar um comentário