terça-feira, 3 de setembro de 2013

parênese

Humanware
(VSCT - Vida sob controle total)

   Quando as impressões represadas pelas eclusas inconscientes sofrem algum abalo moral, os sentimentos aparecem fortuitamente revelados no comportamento.
   O fato é sugestivo, mas nos confunde quanto à importância do seu antecedente, enquanto estímulo externo alheio a nossa vontade, ou inclinação para repudiar ou aceitar o bem ou o mal.
   Entre os fatores internos temos a chamada razão pura, que pelas boas práticas da ética e da moral humanas atribuídas ao ser da criação divina, deveria acionar uma espécie de reação anafilática moral provinda da noção do bom, do verdadeiro e do certo na formação do sistema imune.
   Senso moral e consciência moral são inseparáveis da vida cultural, como nos ensinam alguns filósofos ao definir o padrão de comportamento de um étimo da espécie humana. O saber modifica o estado da fé, parte significativa da nossa humanidade e esta mudança nem sempre é operada na relação: mais saber, melhor comportamento.
   Isto nos faz refletir sobre o que seja o homem holístico e, segundo a fé cristã, somos levados a considerar o homem como o ser moral da criação, único com duas naturezas: material (cuja existência depende da alma) e espiritual (cuja vida para sempre depende de Deus).
   Temos no corpo códigos genéticos, podendo, neste particular, a cognição[1] ser melhor dotada em função de um complexo neural mais desenvolvido, o que favorece as capacidades intelectuais. Os códigos morais são assimiláveis pelo espírito, sendo por esta razão que a teologia bíblica afirma que está morto pelo pecado o espírito do homem que não nasce de novo, o que ocorre na seqüência: fé em Cristo, arrependimento, surgindo daí o alto-exame comparativo entre o que somos e as exigências de Deus - expressas nas virtudes de Cristo - e a confissão pela qual alcançamos o perdão seguido da conversão que nos faz entender que “é em Cristo que se passa a viver, e não mais em nós mesmos” (Gálatas 2:20)
   Ao se dar crédito a esta teologia, entende-se que está no espírito a possibilidade de o homem exercer o controle total da sua qualidade de vida.
       Razão e fé são, portanto, duas coisas diferentes, ainda que uma concorra para a consecução da outra. Pelo cogito ergo sun, máxima filosófica declarada por Descarte ao estabelecer a possibilidade da racionalidade, ficamos sabendo a razão de existimos: “Penso, logo existo”, existo como o ser racional da criação. Mas, conforme entendemos pela teologia bíblica, esse conhecimento não torna possível um modo melhor de existência, pois para esta consecução concorre o que passa a ficar inscrito por Deus no espírito do homem: “Em Cristo passei a viver para sempre!”2.

Carlos Mendes

2 Romanos 14:7 a 9; mais extensamente: Romanos 6:1 a 13.  



[1] Segundo FLEMING e CALDERWOD: “Conhecimento, no sentido mais amplo, especialmente, interpretação de uma impressão sensorial.

Sem comentários:

Enviar um comentário