segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O assunto que não pode calar II


Homossexuais e os dois feitos da imagem
        
       Diz o psiquiatra que a imagem protege a intimidade das pessoas, pois ela existe para isso. “É uma forma de defesa que permite que a pessoa não exponha os traços mais íntimos de sua personalidade para qualquer um”, acrescenta Paulo Gaudêncio, psiquiatra pela Associação Médica Brasileira, pois a superexposição romperia a imagem, surgindo a pessoa que encarna. Mas quando a imagem manda na pessoa em vez desta mandar naquela, o estado do paciente pode se tornar patológico.
       Na semana em que FHC empunhou a bandeirinha do movimento “Orgulho Gay”, pelo menos dois apresentadores muito ladinos, que exploram a ostentosa massa difusa que dá Ibope, não só aqui no Brasil como em todo o mundo, levaram para os seus programas alguns  casais  homossexuais para falarem desse inexplicável orgulho. Perguntado a uma “madame” como os “filhos” sob o pátrio poder do “casal” reagiam aos arroubos das carícias de amantes trocadas entre o “casal”, pois estranhariam ao ver dois homens ou duas mulheres envolvidos por elas, disse o “ela”, que era ele, que as reservavam para os locais onde podiam ocultá-las das crianças. Essa “madame”, se o dizer do psiquiatra não esconder asserções mais reservadas à esfera que lhe é própria, tinha sido bem “domesticada” pelo cientificismo praticado nas clínicas das almas, quando se usa este verbete em oposição a espírito. Como uma ema a esconder a cabeça deixando o seu grande corpo de fora, a “matriarca” sente que não poderá  ser  recriminada por nada, desde que nada se ofereça ao testemunho ocular “das crianças”.
         Mas assim como os filhos um dia descobrem que não foram trazidos ao mundo pela cegonha, também os tutelados por casais homossexuais descobrirão um dia que nenhum dos seus tutores tem parceiro ou parceira de sexo oposto e concluirão então que convivem com um paradoxo que tenta atribuir-se qualidade de família.
         A geração à qual eu pertenço conviveu melhor com essa coisa amorfa, pois os pederastas e as lésbicas não conseguiam tirar a “capa” e confundiam a sua identidade com a sua imagem, que é o estado patológico referido por psicólogos, psicanalistas e psiquiatras ao afirmarem que isto ocorre quando a imagem passa a mandar na pessoa; e cumpre hoje ser mandatário sobre uma imagem irreal, pois o homem e a mulher homossexuais não precisam mais tirar a “capa” diante de uma sociedade que o tem como igual, pois assim o assegura o liberalismo dos direitos individuais.
         A nossa sociedade hodierna está pagando altíssimo preço pela falta de discernimento dos direitos constitutivos da honra, da disciplina e do dever no seio das famílias, quando falamos nos direitos inalienáveis de cada indivíduo, esteja ele ou não no estado de “conduite”, palavra francesa que o André Lalande define como o estado de uma pessoa que governa bem – isto é: com saúde mental – os seus impulsos. E podemos até abdicar do estudo  da complexa estrutura mental  para  bem definirmos  o estado sexual bom,  pois o estudo da anatomia do corpo revela bem as funções de cada um dos nossos órgãos, e o bom senso moral e  ético não recriminam o bom uso dos órgãos nas suas funções específicas, mas sim o abuso, que o equilíbrio emocional pode perfeitamente evitar.
         Então o enfoque da problemática da homossexualidade não passa por um reconhecimento social do valor genuíno dessa prática sexual, pelo que se poderá atribuir legalidade a ela, prática,  ainda que a toleremos por efeito da estima de que todos são merecedores, quando entendemos necessário o suportarmos com paciência esse mal social até que lhe extirpemos as causas.
         Voltando às crianças vivendo sob a tutela de pais homossexuais, lembramo-nos também da desfaçatez do argumento de uma mulher que teve uma filha com um homem, do qual se separou para não continuar recebendo os maus-tratos que a afligiam. Depois da separação ela uniu-se como fêmea a outra mulher, dizendo que finalmente encontrara a felicidade, pois além de satisfazê-la sexualmente a parceira não a maltratava.
         A filha dessa mulher tem muito pouca probabilidade de encontrar a sua própria identidade e há pelo menos duas possibilidades para ela ser infeliz. A primeira, tornar-se parceira num relacionamento homossexual igual ao da mãe, pois pai é que não tem, estigma que a acompanhará até o final da vida, ainda que   possa  ser  reconhecida  como  cidadã  protegida pela lei, que é outra falácia do “orgulho gay”, pois jamais a lei o protegerá, senão de possíveis ofensas causadas pela natural repulsa a comportamentos distintivos da anti-criação; a segunda possibilidade de ser infeliz estará presente no seu sentimento de culpa diante da possível constatação de ter contribuído, embora involuntariamente, para a inscrição na mente dos seus colegas de escola e amigos da idade o conceito de legitimidade de seu meio familiar, podendo no futuro vir a constatar que essa desgraça atingiu outras mentes inocentes, quanto o era a sua na ocasião em que a sua mãe depravou-se. Mas não faz mal, desde que a insaciável mãe de tão sórdida escolha esteja a gozar as delícias sexuais que a sua mente doentia escolheu.

Carlos Mendes

Sem comentários:

Enviar um comentário