Homossexuais e os dois
feitos da imagem
Diz o psiquiatra
que a imagem protege a intimidade das pessoas, pois ela existe para isso. “É
uma forma de defesa que permite que a pessoa não exponha os traços mais íntimos
de sua personalidade para qualquer um”, acrescenta Paulo Gaudêncio, psiquiatra
pela Associação Médica Brasileira, pois a superexposição romperia a imagem,
surgindo a pessoa que encarna. Mas quando a imagem manda na pessoa em vez desta
mandar naquela, o estado do paciente pode se tornar patológico.
Na semana em que FHC empunhou a
bandeirinha do movimento “Orgulho Gay”, pelo menos dois apresentadores muito
ladinos, que exploram a ostentosa massa difusa que dá Ibope, não só aqui no
Brasil como em todo o mundo, levaram para os seus programas alguns casais
homossexuais para falarem desse inexplicável orgulho. Perguntado a uma
“madame” como os “filhos” sob o pátrio poder do “casal” reagiam aos arroubos
das carícias de amantes trocadas entre o “casal”, pois estranhariam ao ver dois
homens ou duas mulheres envolvidos por elas, disse o “ela”, que era ele, que as
reservavam para os locais onde podiam ocultá-las das crianças. Essa “madame”,
se o dizer do psiquiatra não esconder asserções mais reservadas à esfera que
lhe é própria, tinha sido bem “domesticada” pelo cientificismo praticado nas
clínicas das almas, quando se usa este verbete em oposição a espírito. Como uma
ema a esconder a cabeça deixando o seu grande corpo de fora, a “matriarca”
sente que não poderá ser recriminada por nada, desde que nada se
ofereça ao testemunho ocular “das crianças”.
Mas assim como os
filhos um dia descobrem que não foram trazidos ao mundo pela cegonha, também os
tutelados por casais homossexuais descobrirão um dia que nenhum dos seus
tutores tem parceiro ou parceira de sexo oposto e concluirão então que convivem
com um paradoxo que tenta atribuir-se qualidade de família.
A geração à qual eu
pertenço conviveu melhor com essa coisa amorfa, pois os pederastas e as
lésbicas não conseguiam tirar a “capa” e confundiam a sua identidade com a sua
imagem, que é o estado patológico referido por psicólogos, psicanalistas e
psiquiatras ao afirmarem que isto ocorre quando a imagem passa a
mandar na pessoa; e cumpre hoje ser mandatário sobre uma imagem irreal, pois o
homem e a mulher homossexuais não precisam mais tirar a “capa” diante de uma
sociedade que o tem como igual, pois assim o assegura o liberalismo dos
direitos individuais.
A nossa sociedade
hodierna está pagando altíssimo preço pela falta de discernimento dos direitos
constitutivos da honra, da disciplina e do dever no seio das famílias, quando
falamos nos direitos inalienáveis de cada indivíduo, esteja ele ou não no
estado de “conduite”, palavra francesa que o André Lalande define como o
estado de uma pessoa que governa bem – isto é: com saúde mental – os seus
impulsos. E podemos até abdicar do estudo
da complexa estrutura mental
para bem definirmos o estado sexual bom, pois o estudo da anatomia do corpo revela bem
as funções de cada um dos nossos órgãos, e o bom senso moral e ético não recriminam o bom uso dos órgãos nas
suas funções específicas, mas sim o abuso, que o equilíbrio emocional pode
perfeitamente evitar.
Então o enfoque da
problemática da homossexualidade não passa por um reconhecimento social do
valor genuíno dessa prática sexual, pelo que se poderá atribuir legalidade a
ela, prática, ainda que a toleremos por
efeito da estima de que todos são merecedores, quando entendemos necessário o
suportarmos com paciência esse mal social até que lhe extirpemos as causas.
Voltando às crianças
vivendo sob a tutela de pais homossexuais, lembramo-nos também da desfaçatez do
argumento de uma mulher que teve uma filha com um homem, do qual se separou
para não continuar recebendo os maus-tratos que a afligiam. Depois da separação
ela uniu-se como fêmea a outra mulher, dizendo que finalmente encontrara a
felicidade, pois além de satisfazê-la sexualmente a parceira não a maltratava.
A filha dessa mulher
tem muito pouca probabilidade de encontrar a sua própria identidade e há pelo
menos duas possibilidades para ela ser infeliz. A primeira, tornar-se parceira
num relacionamento homossexual igual ao da mãe, pois pai é que não tem, estigma
que a acompanhará até o final da vida, ainda que possa
ser reconhecida como
cidadã protegida pela lei, que é
outra falácia do “orgulho gay”, pois jamais a lei o protegerá, senão de
possíveis ofensas causadas pela natural repulsa a comportamentos distintivos da
anti-criação; a segunda possibilidade de ser infeliz estará presente no seu
sentimento de culpa diante da possível constatação de ter contribuído, embora
involuntariamente, para a inscrição na mente dos seus colegas de escola e
amigos da idade o conceito de legitimidade de seu meio familiar, podendo no
futuro vir a constatar que essa desgraça atingiu outras mentes inocentes,
quanto o era a sua na ocasião em que a sua mãe depravou-se. Mas não faz mal,
desde que a insaciável mãe de tão sórdida escolha esteja a gozar as delícias
sexuais que a sua mente doentia escolheu.
Carlos Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário