São zombeteiras,
escarnecedoras ou maldizentes
Não
conheço quem possa viver
Neste reino
já contente,
Pois a
desordem no povo
Não quer
deixar de crescer.
Ela está
tão sem medida
Que não dá
nem para sofrer
Não há
aqui quem possa ter
Boa vida.
Outros vão
trazer atados
Uns lencinhos
no pescoço
Que quão
grande pedra num poço
Deveriam ser
jogados.
Outros,
sem ser emancipados,
Sendo menores
de idade,
Já andam
com a vaidade
Agravados.
Em
qualquer aldeiazinha
Achareis tal
corropção,
Pois mulher
de um escrivão
Acha que é
uma rainha.
E também
os lavradores
Com suas
más novidades
Querem ter
as vaidades
Dos senhores.
Extraído de:PRODUÇÃO
DE TEXTOS & GRAMÁTICA, Ed.Saraiva
Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza
Duarte da Gama trovas às desordens em Portugal.
Gama,
Duarte da (séc. XVI). - Poeta português. Sua obra aparece numa edição do
Cancioneiro de Garcia de Resende, impressa em Lisboa em 1516.
©Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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