Geraldo Duarte*
Quão bom era ouvir, em épocas infantis e juvenis, aquele afirmado convicto. Dos meus pais e mestres. Dos cônscios idosos e confiantes no destino da Nação. O Brasil é o País do futuro.
Diuturna e orgulhosamente nos replicavam, com indubitável certeza, tal grandiosa premissa.
Jamais esquecerei dois cívicos aprendizados dos tempos estudantis. De meu pai, um que defendia a felicidade pessoal. Asseverava que se alguém desejava sucesso, antes do seu, trabalhasse pelos do País, do Estado, do Município, do bairro, da rua, da família e, por final, do próprio. E completava: nunca inverta a ordem, pois o fazendo, todos se revoltarão contra você. E sobrar-lhe-á cedo ou tarde, porém certo fracasso e repulsa pública.
Do mestre Antônio Filgueiras Lima, numa de suas preleções em sala de aula, gravou-se um lembrar deveras exigente. Sem aspas, objetivando não incorrer na possibilidade de macular as sempre sábias palavras do educador-filólogo-poeta. Todos os possuídos nossos e os de nossos ancestrais são dádivas divinas e pátrias. Do ar que respiramos, da água que bebemos, do alimento que ingerimos, da terra que pisamos e de tudo o mais que utilizamos.
Concluía cobrando-nos cuidado e preservação porque delas dependeria a vida dos que nos sucederiam e a primazia mundial almejada.
Um vate amazonense, presenteador a Filgueiras Lima com um tucano belo pássaro morador da serigueleira existente no pátio do Colégio Lourenço Filho disse-nos: Plantem carvalhos para os viventes daqui a 400 anos. Entre eles, bananeiras, para sustento de vocês hoje..
Vieram os maus políticos e roubaram o futuro.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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