Enchente
As
águas passam aos trambolhões
Levando
sonhos para os mares.
Rolam
escombros de construções,
Bens
e riquezas de tantos lares.
São caibros, vigas e assoalhos
Dos
telhados e pisos destroçados.
Botas,
chinelos e agasalhos,
Sacos
rodando, de lixo atulhados.
A
ratazana sai do esconderijo,
Nada
veloz para a minha banda
Querendo
subir na minha moita.
Mexe
o bigode de pelo rijo
Olha-me
firme, como quem manda,
Por
porto firme está bem afoita!
Dou-lhe
um chute e não me aflijo:
Se
quer a posse, traga um capanga
Participante da Primeira Festa Literária do ABCD, MAIO/2009,
em Ribeirão Pires, SP
© Carlos Mendes
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